Se você tem o mínimo de familiaridade com a internet, você sabe que há tempos uma prática é quase automática para milhões de usuários: baixar arquivos.
Ao longo dos últimos anos, o compartilhamento de arquivos pela internet gerou muita polêmica entre a indústria do entretenimento e os internautas. Essa indústria, aliás, não é qualquer indústria. Sob muitos aspectos, a mídia é a indústria mais poderosa do mundo.
E foi justamente contra a mídia que o site sueco The Pirate Bay arrumou uma baita de uma confusão; a premissa do site é simples, ele funciona como uma plataforma para que os usuários compartilhem arquivos. O problema, para os representantes de Hollywood, da indústria fonográfica e da mídia em geral, é que os usuários compartilham filmes, discos e outros arquivos protegidos por direitos autorais.
Está então desenhada a disputa acompanhada pelo documentário "TPB: AFK" (The Pirate Bay: Away From Keyboard).
O cineasta Simon Klose acompanha a rotina dos três fundadores do The Pirate Bay durante a época em que enfrentaram processos por violação de direitos autorais. Os jovens Gottfrid Svartholm, Peter Sunde e Fredrik Neij representam uma juventude nascida na era digital, familiarizada com a dinâmica do mundo virtual e alheia às exigências da indústria tradicional.
As cenas das audiências expõem os jovens respondendo com ironia e até humor aos questionamentos da justiça sueca, que não consegue convencê-los do suposto crime que cometeram.
Entre os jovens fundadores (e também os usuários) do Pirate Bay e a indústria da mídia existe um abismo geracional evidenciado pela disputa judicial que chamou atenção de todo o mundo.
De um lado a mídia pede ressarcimentos milionários pelas perdas em direitos autorais dos produtos compartilhados no site, do outro os jovens mostram que o modelo tradicional de venda não se aplica mais ao universo da internet.
É difícil não ficarmos com a impressão de que a indústria perdeu uma oportunidade de criar novas formas de relacionamento - e consequentemente lucros - com os jovens conectados.
O compartilhamento de arquivos poderia ter sido interpretado por outro lado, aquele em que as pessoas têm interesse sobre determinado produto e, se incentivadas de modo correto, poderiam ser convencidas a gastar dinheiro de alguma forma.
Ao invés disso, a indústria preferiu a colisão frontal com a geração representada pelos três nerds criadores do Pirate Bay, exigindo indenização e prisão.
O bom documentário de Simon Klose pode ajudar a entendermos melhor os valores de nossa geração e qual a direção que seguiremos daqui pra frente. Uma última informação, redundante mas válida: o documentário está disponível para download gratuito no Pirate Bay, site que continua no ar.
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