sexta-feira, 20 de maio de 2011

Guest Star: Larissa Yafusso



Conheci a obra de Alfred Hitchcock quando tinha uns 11, 12 anos. Lembro-me de assistir “Disque M para Matar” (Dial M for Murder) e achar aquela história fascinante, afinal, tudo o que era absolutamente necessário para a trama estava ali, bem ali naquela sala. Nada de efeitos especiais grandiosos, baldes de sangue, assassinatos macabros. A coisa mais interessante do filme era a história. Assim surgiu o meu respeito pela obra do chamado “Mestre do Suspense”, e assim Hicthcock entrou na minha vida. E assim, minha admiração pelo cinema que se segura com boas histórias - e não uma boa edição – só cresceu.


Por favor, não me entendam mal. Eu gosto de filmes. Terror, suspense, ficção científica, comédia, comédia romântica, drama, romance, ação, musical, enfim, quase tudo o que se pode oferecer por aí. Quando digo quase tudo, coloco fora da minha lista os desenhos (acho que já passei da idade de esperar ansiosamente o próximo filme da Disney ou da Pixar ou enfim) e os filmes de guerra, principalmente aqueles que sempre querem retomar a questão do anti-semitismo. Essas histórias não são as minhas favoritas e, se eu tiver opção, prefiro outros gêneros, mas assisto-as também.

Enfim, o quero dizer é: não tenho preconceitos quando se trata de filmes, tenho, claro, preferências. Não sou uma ferrenha crítica dos computadores ou algo assim. Apenas lamento que em alguns casos eles tenham se tornado mais importantes de que as histórias a serem contadas, e não uma ferramenta para contá-las melhor.



Estava assistindo 2012 em algum fim de semana perdido no tempo e espaço e, apesar de não apreciar essa obra master em efeitos tecnológicos desde o começo, ainda assim consegui acompanhar a “história” e pegar todos os clichês presentes nesse épico típico dos anos 2000 (uma arca que vai ancorar na África após o fim dos tempos, sério mesmo?!?!).
Em uma época em que a tecnologia necessária para criar monstros assustadores ainda não existia, King Kong, o realizado em 1933, foi um sucesso – e se tornou um clássico. Não estou falando de realismo. Obviamente, comparar a briga entre o macacão e o dinossauro na versão dos anos 30 com a feita pelo oscarizado Peter Jackson é covardia, mas no que se perde em efeito ganha-se em magia. E que magia!




É necessário um esforço para compreender o que esse tipo de efeito, pioneiro para época, fazia com a cabeça das pessoas que ainda tinham o cinema como algo recente. Basta lembrar do efeito da primeira exibição cinematográfica dos irmãos Lumière, em 1895. Trem em movimento, em direção a tela = pessoas correndo, com medo de serem atropeladas.




É necessário um esforço para compreender o que esse tipo de efeito, pioneiro para época, fazia com a cabeça das pessoas que ainda tinham o cinema como algo recente. Basta lembrar do efeito da primeira exibição cinematográfica dos irmãos Lumière, em 1895. Trem em movimento, em direção a tela = pessoas correndo, com medo de serem atropeladas.
O que quero dizer é muito simples: mais de 100 anos depois da primeira projeção, houve tanta evolução na indústria cinematográfica e, claro, devemos celebrar o progresso. Porém, tanta coisa boa foi feita ao longo desses 100 anos, mesmo sem o apoio de tecnologias pioneiras como a de Avatar, por exemplo. Por que não dar crédito e resgatar essas outras obras tão mais simples, mas tão mais verdadeiras. Eu acredito no cinema de boas histórias, afinal, quando se tira os efeitos, o que sobra? E dá-lhe os Hitchcocks da vida!
Larissa yafusso é estudante de Jornalismo. Ela é muito apaixonada por cinema! Escreve com muito gosto e qualidade no Sessão das 4. Dêem uma olhadinha no blog dela!
Imagens: filmreference, johngushue, adelaidenow, kuddelsaus, eonline